Enquanto algumas pessoas sussurravam ao final do filme: “Graças
à Deus que acabou”, fiquei pensando, “será que perdemos a capacidade de VER? A
capacidade de compreender?”. Talvez essa reação se deva ao fato de que este não
é apenas um filme, mas sim uma poesia, um estado de oração. Arrisco a dizer que
é quase um mito. E se digo isso é porque estudei sua linguagem.
Os pares de opostos que salpicam por todo o filme como raios de sol sobre as árvores: Pai-Mãe. Amor-Ódio. Inocência-Malícia. Perdão-Ressentimento. Céu-Mar. Água-Fogo. Oceano-Deserto ... Todas facetas do Absoluto, sem as quais seria impossível conhecer, compreender e, por fim, transcender.
Os pares de opostos que salpicam por todo o filme como raios de sol sobre as árvores: Pai-Mãe. Amor-Ódio. Inocência-Malícia. Perdão-Ressentimento. Céu-Mar. Água-Fogo. Oceano-Deserto ... Todas facetas do Absoluto, sem as quais seria impossível conhecer, compreender e, por fim, transcender.
E toda a forma como a narrativa foi construída me levou à mesma
conclusão, repleta de metáforas e simbologias que, unidas dentro
de um contexto, criam sentidos em camadas ampliando a cada passo nossa
compreensão do todo.
Fonte: Nasa |
E esse todo é tão rico que não pode ser verbalmente
descrito. Uma imagem vale por mil palavras. A música também. Com tão pouco
texto, é riquíssimo em mensagem, sentimentos, informação, insights. Transporta-nos
do micro ao macro em segundos. Do centro da alma humana ao centro da energia
cósmica divina e de volta ao coração do homem. Mas existe esta distinção? Ou
ela foi criada por nós? Imaginamos essa energia criadora que chamamos Deus
longe. Tão longe que é capaz de nos abandonar aleatoriamente, sendo bons ou
maus. Mas nos damos conta de que tudo é Deus. Somos sua vibração. Cada pequeno
gesto, atitude, cada minúscula partícula da criação, tudo faz parte do mesmo. E
se a obra divina é belíssima, a obra humana também pode ser, desde que reflita
a outra, imagem tão bem simbolizada nos prédios que espelham o azul do céu.
Nosso destino é o encontro com o oceano, nosso ponto de
chegada é a luz. No fundo, somos todos como os girassóis, sempre voltados para
esta energia criadora e o mais importante: apenas pelo amor desviamos do escuro
e nos tornamos parte desta grandeza belíssima e tão sofisticada de sentidos que
abrange a vida e tudo o que a cerca.
Palmas para esta obra de arte ousada e tão sensível de Terrence
Malick, que chega a ser um mito do amor divino e humano.
Já queria ver , tuas palavras acirraram esse desejo.
ResponderExcluirAbraçoc
Oi Elenara, este é um filme para ver algumas vezes na vida, e cada uma será uma nova experiência. Bom filme!
ResponderExcluirCláudia, apesar de ter gostado muito d'Árvore da Vida", vi muito mais beleza nele agora, lendo seu texto. Os opostos, vistos como "todas facetas do Absoluto", que nos permitem transcender, é muito lindo! Obrigada por ter emprestado seu olhar.
ResponderExcluirAbraço,
Liane
Obrigada Liane! Eu poderia passar um dia inteiro falando sobre esse filme e todas as nuances que ele me fez perceber e ainda faltaria tempo! Precisamos todos ampliar nosso olhar, sempre. Beijos!
ResponderExcluirMeu marido falou super bem do filme também mais ainda não tive a oportunidade de o assistir! Modificarei isso em breve!
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