quinta-feira, 24 de março de 2011

A Poesia da Física

Uma das perguntas que acompanham os seres humanos desde sua origem é:

Onde nós estamos?


Hoje, com o Universo ao nosso redor mapeado até longas distâncias, a questão passa a ser :

Onde estamos no Universo conhecido?
A Física, segundo o astrônomo Marcelo Gleiser, é um processo de autodescoberta e uma expressão profundamente humana da nossa reverência à beleza da Natureza. “Arrisco dizer que existe poesia na física” (A Dança do Universo).
Por trás das fórmulas complicadas, das tabelas de dados experimentais e da linguagem técnica, encontra-se uma pessoa tentando transcender as barreiras imediatas da vida diária, guiada por um insaciável desejo de adquirir um nível mais profundo de conhecimento e de realização própria. Sob esse prisma, o processo criativo científico não é assim tão diferente do processo criativo nas artes, isto é, um veículo de autodescoberta que se manifesta ao tentarmos capturar a nossa essência e lugar no universo.
O vídeo a seguir mostra esta beleza de que ele fala.




O mesmo trabalho foi apresentado em uma das conferências da TED - Ideas Worth Spreading (em inglês).

domingo, 20 de março de 2011

O que vemos não é o mundo e sim um mundo

Teorias recentes sobre a cognição humana dizem que esta é mais a contínua atividade de “criar um mundo” por meio do processo de viver do que a representação de um mundo que existe de maneira independente.
Isso significa dizer, segundo Fritjof Capra (A Teia da Vida) que o que percebemos é, em grande medida, condicionado pelo nosso arcabouço conceitual e contexto cultural.
É fato que até mesmo nossa linguagem influencia na forma como vemos o mundo. Isso explica porque os aborígenes e muitos povos indígenas viam tudo à nossa volta, seres humanos, animais, cosmos e seres inanimados como parte de uma e única coisa.
Uma mulher aborígene disse certa vez em entrevista à televisão:
 Com sua visão, você me vê sentada em uma rocha,  mas eu estou sentada no corpo de meu ancestral. A terra, seu corpo e meu corpo são idênticos.

Figura 01


Nossa educação e vivência “civilizadas”, que herdamos do capitalismo, iluminismo e era industrial, nos condicionaram a ver o mundo cada vez mais segmentado, onde cada coisa é vista, estudada e classificada da maneira mais específica e isolada possível. Até mesmo nossas universidades e profissões refletem essa segmentação.
Penso que esta é uma das mais belas mensagens do filme Avatar (Figura 01). Essa separação está nos matando aos poucos.
Como diz o mestre sufi Llewellyn Vaughan-Lee:
Nosso mundo atual testemunha não o divino, mas nosso excesso de confiança, ambição, ilusões de poder. Em nosso desejo obsessivo de conforto material e de ter mais e mais coisas, estamos saqueando a Terra, como se ela fosse uma simples mercadoria a ser explorada, e temos profanado o mundo. Vivemos como se a vida fosse algo separado de nós mesmos – algo que podemos dominar e controlar – mais do que parte de nosso ser verdadeiro.
Vaughan-Lee possui um projeto que visa promover uma consciência global de unidade: www.workingwithoneness.org

quarta-feira, 16 de março de 2011

O mundo voltado para o Japão

A única coisa positiva que podemos observar após a tragédia do Japão é como o mundo está se mobilizado e se unindo para colaborar de alguma maneira para reduzir o sofrimento alheio. Chefes de Estado, ONGS, empresas e cidadãos de todo mundo agindo por uma causa comum, como se pronunciassem um discurso único. E esta atitude tem se tornado comum diante de fenômenos desta natureza, como aconteceu com as desgraças causadas pelas chuvas no Rio de Janeiro no início deste ano e com o terremoto do Haiti no ano passado.

O mundo ficou pequeno e hoje somos levados a agir como uma grande família.

O Google criou um projeto chamado Crisis Response para facilitar a colaboração mundial:

http://www.google.com/crisisresponse/japanquake2011.html

O blog Go Inspire Go dá sugestões de Como você pode usar as mídias sociais para mobilizar ajuda para o Japão.

Porém, como sempre acontece mesmo em momentos sombrios, alguns oportunistas estão se aproveitando da sensibilidade humana para ter lucro. Portanto, é recomendável avaliar bem a procedência da empresa e do site onde se pretende fazer doações.

terça-feira, 15 de março de 2011

Hora do Planeta 2011

A Hora do Planeta é um ato simbólico, promovido no mundo todo pela Rede WWF, no qual governos, empresas e a população demonstram a sua preocupação com o aquecimento global, apagando as suas luzes durante sessenta minutos.

Este ano, a Hora do Planeta será sábado, dia 26 de março, das 20h30 às 21h30.

Apague as luzes para ver um mundo melhor. Hora do Planeta 2011.



Para saber mais: http://www.horadoplaneta.org.br/

quarta-feira, 9 de março de 2011

A Arte de Impactar

Um dos efeitos da arte sempre foi criar impacto, chamar a atenção para algo, seja em forma de beleza, protesto, choque ou ironia. O impacto pode levar a uma nova percepção, à conscientização de um sentimento, fato social, político, humano ou ambiental.
Esta característica da arte é gritante no trabalho do artista americano Chris Jordan. Seguem abaixo dois exemplos. De arrepiar.

A série “Running the Numbers II: Portraits of global mass culture” mostra o impressionante montante de lixo que estamos usando para repintar nossa paisagem.

Gyre, 2009





A imagem é formada por 2.4 milhões de peças de plástico, número estimado (em libras) do montante de poluentes de plástico que entram nos oceanos do mundo a cada hora. Os plásticos mostrados neste trabalho foram todos coletados no Oceano Pacífico.


Mas como nem tudo são trevas na humanidade, o trabalho a seguir, mais recente, mostra no mesmo estilo que o mundo está começando a despertar.

E Pluribus Unum







Nomes de milhões de organizações ao redor do mundo que são dedicadas à paz, administração ambiental, justiça social e à preservação de culturas indígenas e outras. Estima-se que existam entre 1 e 2 milhões de empresas atuais, número em crescimento.
Conheça o trabalho, vale à pena: http://www.chrisjordan.com